Desde 2014, o registro de trabalhadores caiu um ponto percentual por ano, enquanto a informalidade, o trabalho por conta prpria e o desalento cresceram. Maranho, Par e Piau so os estados com menos formalidade (Por Rosana Hessel)
A carteira de trabalho est virando um item raro no pas devido ao aumento da informalidade. O percentual dos trabalhadores sem o documento cresceu, em mdia, um ponto percentual por ano nos ltimos cinco anos, conforme levantamento feito pela consultoria iDados com base na Pesquisa Nacional por Amostra em Domiclios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). Entre 2014 e o primeiro semestre de 2019, a fatia de quem trabalha na informalidade ou de 17,4% para 19,2% do total. Enquanto isso, o naco de pessoas registradas encolheu no mesmo perodo, ando 45% para 40,4%. o menor patamar apontado pela entidade desde 2012.
Esses nmeros consideram trabalhadores entre 18 e 64 anos e constata que o contingente de desalentados cresce desde 2015, atingindo quase 5% da populao em idade ativa. “Os dados indicam que a informalidade no Brasil continua crescendo em 2019. Mesmo com o fim do cenrio recessivo a partir de 2017, a proporo de trabalhadores formais segue em queda, ao mesmo tempo em que aumenta a proporo dos sem carteira e por conta prpria”, destacou Tereza Pires, pesquisadora da iDados.
O levantamento ainda revela que Maranho, Par e Piau foram os estados com maior ndice de informalidade no pas neste ano: 62,9%, 61,2% e 59,7%, respectivamente. Por outro lado, Santa Catarina (32,3%), Distrito Federal (33,9%) e So Paulo (35,7%) registraram as menores taxas de pessoas trabalhando sem carteira ou por conta prpria.
No DF, essa proporo aumentou de 11,5% para 14,9% nos ltimos cinco anos. J no Maranho, subiu de 23,1% para 30% no mesmo perodo.
Baixa qualidade
Os dados do desemprego ainda so desalentadores, de acordo com analistas. Apesar de a taxa de desemprego ter recuado de 12,7%, para 12% no segundo trimestre deste ano, as vagas criadas so de baixa qualidade. “O emprego informal vem aumentando e a proporo de trabalhadores subutilizados comea a refletir uma nova realidade do mercado, incorporando atividades novas, como quem trabalha em casa e gostaria de ser melhor aproveitado pelo mercado de trabalho”, destacou economista Luka Barbosa, do Ita Unibanco.
Conforme os dados do IBGE, o Brasil encerrou o primeiro semestre com 24,8% da fora de trabalho subutilizada, levemente abaixo dos 25% registrados no trimestre encerrado em maio. “Nos ltimos anos, a retomada da economia tem sido bastante alta e isso no ajuda a gerar emprego formal. E o cenrio de crise externa tambm deve prejudicar a melhorar o mercado de trabalho rapidamente”, completou. Pelas contas da instituio, a reduo do desemprego ser gradual e, essa taxa dever permanecer nos atuais 12% no fim do ano, ando para 11,5%, em 2020.
A economista Alessandra Ribeiro, scia da Tendncias Consultoria, v o aumento da informalidade no pas com preocupao e destacou que essa realidade reflexo de dois setores que no esto conseguindo se recuperar desde a recesso de 2015 e 2016: a indstria, que contrata a mo de obra mais qualificada e paga salrios mais altos; e a construo civil, que emprega o pessoal menos qualificado e em grande quantidade.
“Quando olhamos os dados da Pnad, o nmero de trabalhadores com carteira assinada vem caindo ano a ano, mas no podemos afirmar que o trabalho formal est em extino. Acredito que, com recuperao da economia, pode haver reao, mas no no patamar do ado, dadas as mudanas estruturais do mercado de trabalho”, ressaltou ela, que prev que o desemprego de 11,8%, neste ano, e de 11,7%, no ano que vem. (Fonte: Correi Braziliense)
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