Renda estaciona e s deve voltar ao nvel pr-crise em 2026, diz estudo(Por Joo Borges e Anna Carolina Papp)
A recesso atingiu em cheio o bolso dos brasileiros. Como mostrou reportagem da GloboNews e do G1, a renda per capita do pas deve ficar estagnada este ano. E mais: s deve voltar ao patamar pr-crise em 2026. A queda de renda, porm, no foi homognea.
Isso porque grupos tradicionalmente excludos foram os que sentiram os efeitos mais agudos da crise econmica.
Segundo levantamento do economista Marcelo Neri, da FGV Social, com base na Pnad Contnua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), a renda mdia do brasileiro caiu 2,4% de 2014 a 2018. Entre os analfabetos, porm, a queda foi dez vezes mais brusca: 23,2%. Na prtica, esses brasileiros perderam quase um quarto da renda no perodo.
Entre negros, a perda de renda foi o triplo da mdia – 7,4% – assim como a dos habitantes do Nordeste. J para os que moram no Norte, a retrao foi de 11,8%. Jovens de 20 a 24 anos tambm viram seus rendimentos encolherem 17,6%.
"Os grandes perdedores da crise so grupos tradicionalmente excludos, principalmente analfabetos, jovens, negros, pessoas que moram no Norte e no Nordeste", afirma Neri.
"Isso gera uma perda dupla de bem-estar social: no s a renda est caindo, como est caindo mais entre os segmentos mais pobres", acrescentou.
O pesquisador observa ainda que o aumento da desigualdade – que cresce h 17 trimestres seguidos – um dos fatores responsveis pelo lento ritmo da retomada da economia brasileira.
"Voc est jogando areia na engrenagem da economia, porque os mais pobres consomem a maior parte da renda. Ento, esse perodo de recesso e de baixo crescimento acaba se estendendo mais", afirmou.
Renda das mulheres cresce
No levantamento, aponta Neri, o nico grupo que teve um resultado positivo foram as mulheres, que viram a renda mdia crescer 2% entre 2014 e 2018, enquanto a dos homens recuou 5%.
Ele explica que, apesar de as mulheres ainda ganharem, na mdia, bem menos do que os homens, elas foram mais para o mercado de trabalho nos anos da crise – ou seja, muitas mulheres que estavam em casa, fora do mercado de trabalho, aram a procurar emprego.
" o que chamamos de efeito do trabalhador adicional – gente que estava fora do mercado e vai luta em busca de aumentar a renda da casa", diz Neri. "Com isso, a taxa da participao das mulheres no mercado de trabalho cresceu 5,5%, enquanto a dos homens teve uma leve queda", acrescenta.
Outro fator, observa Neri, a escolaridade. As mulheres tm, em mdia, mais de um ano e meio de estudo a mais do que os homens. Com isso, a relao salrio-hora por anos de estudo, embora tenha recuado para todos, caiu menos para mulheres.
"As mulheres so um grupo excludo que tm o ativo da educao – diferentemente de outros grupos, como analfabetos. E a crise, apesar de ter castigado a todos, castigou menos os escolarizados", conclui. (Fonte: G1)
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