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- 11 de julho de 2019, 10:54
Metas e gesto abusivas so os principais motivos de adoecimento na categoria 532c26
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| Os temas foram debatidos nas mesas da manh do seminrio sobre sade do trabalhador realizado na Contraf-CUT |
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| A primeira mesa do Seminrio sobre metas abusivas e adoecimento no trabalho abordou as metas abusivas e riscos psicossociais e os impactos sade dos bancrios. |
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Elisa Ferreira, psicloga, especialista em psicologia clnica, perita assistente na justia do trabalho, consultora e assessora em sade do trabalhador, explicou os quadros de sintomas de bancrios que podem indicar o incio do adoecimento. "A sociedade est acostumada a perguntar se est com problemas em casa, com os filhos, com o casamento, na vida pessoal de forma geral, quando na verdade, o problema est no local de trabalho. Precisamos ficar atentos.”
Elisa, que membro da comisso intersetorial em sade do trabalhador e da Comisso de sade mental do conselho municipal de sade de Florianpolis, alm de Pesquisadora do Ncleo de Pesquisa em Educao e Sade (CNPq), diz que o maior problema a vergonha dos trabalhadores em assumir um problema. "Menos de 20% dos bancrios, com este tipo de problema, apresentam os atestados ou buscam seus direitos para os tratamentos. Eles tm medo de apresentar a documentao e ficarem com um X nas costas. Temos que coibir este tipo de mentalidade nos bancos.”
Metas abusivas 5k1l4u
A segunda mesa da manh tratou de metas abusivas, seus limites legais e a estratgia jurdica de enfrentamento. Jane Salvador Gizzi, advogada trabalhista; mestre em Direito Econmico e Social PUC/PR; professora licenciada do Centro Universitrio Unibrasil e membro do Instituto Declatra, explicou os efeitos deste tipo de gesto na vida do trabalhador. "s vezes o trabalhador atingiu a meta, mas a que custo? A cobrana abusiva leva precarizao da existncia, quando o trabalhador faz as coisas sem perceber, trabalha resistindo, trabalha adoecido, at no aguentar mais.”
H tambm a forma de trabalho como mercadoria, apontou ela. "A falta de identidade do trabalhador, ele trabalha como se o negcio fosse dele. Ele tem na cabea que precisa se pagar. Ele acaba sendo o responsvel pelo lucro para pagar por ele mesmo.”
Outro modelo de repercusso e o modelo de vida "Just In time”, tudo para agora. "As metas no so mais semestrais, so do dia, da semana. tudo para ontem, o que aumenta muito a cobrana. Isso vem junto com o abuso do direito mediante das tcnicas e polticas de gesto: metas abusivas, controle do tempo, do ritmo e da produtividade”, explicou a advogada.
Para Elisa, o melhor tipo de enfrentamento o trabalho e a unio junto ao movimento sindical. "Sem a unio dos trabalhadores, todos vo sofrer sozinhos, cada um em seu local de trabalho”, finalizou.
Antnio Vicente Martins, assessor jurdico do Sindicato dos Bancrios Porto Alegre, completou a apresentao da colega. Ele mostrou alguns inquritos que envolvem programas de metas pelos altos ndices de adoecimento. "Os bancos tm uma violao sistemtica das mtricas de sade, o que acaba gerando o adoecimento de toda a categoria. Os bancos tambm no s dificultam o processo de entrega dos atestados, como impem uma poltica punitiva aos trabalhadores afastados”, disse. "Por isso, ele no tem interesse em ter um controle de adoecimento de seus quadros de funcionrios, pois ficariam claro que as polticas de gesto so as culpadas”, completou.
Fonte: Contraf-CUT
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