• 05 de dezembro de 2014, 09:37
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Ita promove festa de desfeitas para bancrios 6i676w

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O que deveria ser uma homenagem a funcionrios que completam 30 anos de casa gerou muita insatisfao. Diferentemente dos anos anteriores, banco no forneceu aes (Rodolfo Wrolli)

Trinta anos dedicados a um banco que recentemente tornou-se o maior da Amrica Latina. E qual a forma de reconhecimento para uma vida inteira de trabalho em uma empresa que lucra R$ 15 bilhes ao ano? “Um relgio, uma festinha meia boca para calar a nossa boca e tchau e beno.” Foi assim que definiu a “homenagem” um dos cerca de 700 bancrios que nos ltimos dois anos completaram trs dcadas de servios prestados ao Ita.

Mas a maior decepo nem foi a festa em si, considerada um fiasco por todos os trabalhadores ouvidos pelo Sindicato. A principal queixa que, diferentemente dos anos anteriores, em 2014 os bancrios prestes a se aposentar no Ita no recebero aes da empresa.

“Durante a festa, o Roberto Setbal e o Pedro Moreira Salles fizeram questo de dizer que o banco teve um lucro enorme, que o maior da Amrica Latina, e ao mesmo tempo ns no vamos receber aes. Parecia que s estavam querendo esfregar na nossa cara que ficaram mais ricos ainda. Foi uma falta de considerao tremenda”, desabafa um dos “homenageados”.

Na ltima festa de 30 anos, ocorrida em 2012, foram distribudas aes no valor de RS 12 mil, segundo um bancrio ouvido pelo Sindicato. “Eu sonhava que um dia ia receber essas aes, estvamos todos contando com isso. A sensao que os lucros do banco realmente s ficam com quem tem cargo elevado”, critica ele.

Humilhao
A comemorao foi no hotel Transamrica, na noite de segunda-feira 1. No faltaram crticas e muita frustrao. “No sei nem por onde comear a descrever a humilhao que ei ao lado de minha esposa. Foi uma festa em que olhvamos para as pessoas e todos, sem exceo, avam uma tristeza forte e no acreditavam que era a festa de um dos maiores bancos do mundo”, conta outro homenageado.

O vexame comeou antes mesmo de a celebrao comear. Ao contrrio dos anos anteriores, o banco no disponibilizou txis para transportar os trabalhadores. Com o trnsito, muitos que chegaram tarde – o dia foi de expediente normal para os bancrios lotados na cidade de So Paulo – perderam os petiscos de entrada e no conseguiram mesas.

Os pratos principais – risoto de abobrinha e polenta com agrio – tambm no agradaram, tanto pelo tamanho das pores servidas quanto pelo sabor. “No teve jantar e sim uma rao, porque nem nosso cachorrinho de estimao comeria aquela comida”, queixou-se um dos presentes festa. “Cheguei s 18h no hotel, tinha uma fila enorme para comer, e quando chegou minha vez j tinha acabado tudo, nunca vi um negcio desse”, relatou outro.

O prmio de consolao por 30 anos de dedicao foi o famigerado relgio. E tambm ao contrrio de outros anos, quando recebiam o “mimo” no palco, das mos do presidente, neste ano tiveram de retir-los em um balco.

“Aqueles bancrios que no so demitidos e sobrevivem h 30 anos de banco, alm de no serem reconhecidos profissionalmente, tm de ar por uma humilhao dessa. Foram expostos aos parentes e convidados”, salienta a dirigente sindical Valeska Pincovai. “Esse o ‘respeito’ que o banco dispensa aos trabalhadores que sobraram porque a maioria demitida antes disso”, acrescenta.

A festa se encerrou com uma apresentao do msico Evandro Mesquita que, segundo relatos, cantou para um salo praticamente vazio – a maioria j tinha ido embora. Viria a calhar a msica Brasil, de Cazuza. Aquela que comea com: “No me convidaram para essa festa pobre, que os homens armaram para me convencer...” (Fonte: Seeb SP)



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