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Por Fabio Graner, Cristiano Zaia e Fbio Pupo
Sob orientao do iderio liberal do ministro Paulo Guedes, o governo quer reduzir o papel do Banco do Brasil no crdito agrcola, dando mais espao para bancos privados. A instituio pblica reina como lder histrica nesse segmento, mantendo uma participao de 58% a 60% em mdia nas ltimas seis safras.
O BB j se prepara para essa nova fase. O banco ite que deve perder participao de mercado. Isso j ocorre no segmento subsidiado, mas a orientao do governo indica que a reduo deve se estender ao mercado de taxas livres, embora deixe claro que a perda de participao no significa que a instituio abandonar a disputa pelos clientes do setor rural.
“Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDES “, disse aoValor o secretrio especial de Fazenda do Ministrio da Economia, Waldery Rodrigues, referindo -se misso dada pelo governo para o BNDES reduzir seu tamanho, abrindo mais espao para atuao de instituies financeiras privadas e para o mercado de capitais. “A gente precisa de maneira clere priorizar o aumento do crdito privado”, defendeu Rodrigues. “Ele [BB] um grande agente no financiamento agrcola, rea que precisa ser retrabalhada. Esse um tema que vamos tratar e com certa brevidade”, acrescentou.
Trata-se claramente de uma mudana de viso em relao ao papel do sistema bancrio no crdito agrcola. E pode ser lido como o incio de um processo de desmonte do BB na rea rural, ainda que esse no seja um movimento brusco e imediato, para que as instituies privadas ganhem terreno. “Precisamos analisar se no h como agentes privados serem incentivados a entrar nesse mercado”, disse Rodrigues. Ele pondera, no entanto, que o banco pblico guarda um ” componente social importante”, principalmente na funo de financiar a agricultura familiar, que no foco dos privados.
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, ite que o banco deve perder participao de mercado. “Podemos at vir a perder share, o que natural para quem tem mais de 60%. Mas continuaremos crescendo no apoio ao setor”, disse Novaes. “A competio sempre bem-vinda. Mais volume de crdito o que mais deseja a Agricultura. E a concorrncia sentir nossa fora no empenho em bem atender ao setor”, completou.
A participao do BB no mercado de crdito agrcola j chegou a 61% num ado recente. Hoje, segundo o BC, a instituio detm 57,4% de participao, considerando o saldo de sua carteira de agronegcio acumulada nos ltimos 12 meses encerrados em dezembro de 2018, que de R$ 188,7 bilhes. Os principais bancos privados (Bradesco, Santander, Ita e Rabobank), os dois bancos cooperativos (Sicoob e Sicredi) e os demais pblicos (Caixa e Banco do Nordeste), juntos, tm 40%.
At poucas safras atrs, os bancos privados evitavam atuar com apetite no mercado de crdito rural, pois no enxergavam retorno com essas operaes. No raro, o BB comprava — e ainda compra — carteiras de instituies privadas que no conseguiam cumprir suas exigibilidades com o crdito rural. Com a pujana do agronegcio brasileiro ao longo das ltimas quatro dcadas e o Brasil sendo alado pela FAO (agncia da ONU para agricultura e alimentao) como potencial maior fornecedor de alimentos para o mundo, essa relao tem diminudo e o corte de subsdios agrcolas num ambiente mais propcio ao mercado privado visto como inevitvel.
Apesar de propor um “desmame” gradual do crdito rural e brigar pela pauta histrica dos produtores de taxas de juros mais favorveis e mais recursos ao agronegcio, o Ministrio da Agricultura, agora sob o comando de Tereza Cristina, est mais alinhado com esse pensamento da equipe econmica.
Eduardo Sampaio, secretrio de Poltica Agrcola da Pasta, argumenta que o ministrio concorda em ampliar a participao dos bancos privados no crdito rural, por meio de regras regulatrias. E lembra, inclusive, que a pasta tem estudado mecanismos para atrair instituies financeiras no-bancrias (“fintechs”, por exemplo), para o financiamento agrcola.
“A tendncia, que j est em curso, que o Banco do Brasil diminua sua participao no crdito rural”, afirmou Sampaio. Ele refora a prioridade do ministrio de aumentar o oramento de subveno ao seguro rural para pelo menos R$ 1 bilho, como adiantou Tereza ao Valor em fevereiro, abrindo espao assim para que os juros do crdito rural pudessem baixar futuramente as taxas das operaes de crdito rural.
No 11 andar do prdio-sede do BB em Braslia, onde fica o departamento de Agronegcios do banco, a ordem conviver com as mudanas em curso e se preparar para atuar mais junto a grandes produtores, que operam no segmento de crdito a juros livres, sem deixar de lado o apoio aos pequenos produtores e as regies mais pobres. Na leitura do Banco do Brasil, sua grande capilaridade, que alcana regies produtoras encravadas no interior do pas onde os privados devem continuar desinteressados, e sua marca de banco histrico do setor, do natural vantagem competitiva nessa disputa.
Marco Tlio da Costa, diretor de Agronegcios do BB, analisa que a expectativa de aprovao da reforma da Previdncia ainda em 2019 dever abrir espao para uma nova queda da taxa bsica de juros (Selic), o que por si s criaria um ambiente mais favorvel para a queda das taxas de juros dos financiamentos ao agronegcio, at dos abastecidos com recursos livres. Hoje, um financiamento a juros livres no BB varia entre 9,75% e 11% ao ano. “ evidente que o Estado quer reduzir o gasto com subsdios e o crdito rural tem um peso grande nessa conta, mas estamos preparados para isso”, diz o diretor.
“Seja com recursos controlados ou livres, o BB continuar atuando no agronegcio. Estamos no jogo”, diz o diretor. Costa explica que o banco tem ampliado operaes de crdito rural, com base em fontes alternativas, seja captando recursos fora do Brasil, fazendo operaes na Bolsa de Chicago ou usando ttulos do agronegcio como CDCA e CRA.
O presidente da Comisso Nacional de Poltica Agrcola da Confederao Nacional de Agricultura (CNA), Jos Mrio Schreiner, diz que no h problema em reduzir a participao do banco na oferta de crdito, desde que se construa isso de maneira gradual e combinada com uma poltica de fortalecimento do seguro rural. Um sistema adequado de seguros, para ele, garantiria a entrada de participantes privados de forma mais vigorosa no financiamento aos produtores rurais.
Ele ressalta que, nos Estados Unidos, a subveno ao seguro rural chega a US$ 8 bilhes (mais de R$ 30 bilhes), enquanto no Brasil est em R$ 400 milhes, menos de 0,5% dos americanos. Fonte: Valor Econmico
Diretoria Executiva da CONTEC
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