2012 Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancrios de Erechim e Regio
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Reunio de sexta ser precedida de duas rodadas de negociao, tera e quarta
A Fenaban confirmou Contraf-CUT nesta segunda-feira 15 a realizao da rodada de negociao com o Comando Nacional dos Bancrios na sexta-feira 19, quando apresentar uma proposta global para as reivindicaes da Campanha 2014. A confirmao da reunio ocorre no Dia Nacional de Luta, com manifestaes e protestos dos bancrios em todo o pas para pressionar os banqueiros a apresentarem uma proposta concreta e decente que atenda as reivindicaes da categoria.
Leia aqui : Dia Nacional de Luta nesta segunda cobra proposta decente dos bancos
A reunio de sexta-feira ser precedida de duas novas rodadas de discusses, que j estavam agendadas. Nesta tera-feira 16 os bancos apresentaro o resultado do II Censo da Diversidade e os dados solicitados pela Contraf-CUT sobre os nmeros de afastamentos de bancrios no trabalho. E na quarta-feira 17 sero debatidos os temas pendentes das rodadas anteriores.
"Deixamos claro aos bancos que queremos uma proposta que no contemple apenas as reivindicaes econmicas, mas tambm as demandas sociais, como o fim das metas abusivas e do assdio moral, a preservao da sade, a proteo ao emprego e o fim da rotatividade e das terceirizaes, mais segurana e igualdade de oportunidades", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Nas quarto rodadas de negociaes com a Fenaban, concludas na quinta-feira 11, foram discutidas todas as demandas referentes aos temas prioritrios para a categoria bancria. Os bancos, no entanto, no apresentaram propostas.
Veja como foram os principais debates nas negociaes at agora:
Reajuste de 12,5%
O Comando apresentou levantamento do Dieese mostrando que 93,2% dos acordos salariais assinados pelos trabalhadores no primeiro semestre contemplaram reajustes superiores ao ndice de inflao, deixando claro que aumento real fundamental para a categoria.
"Os bancrios merecem novo ganho real de salrio, valorizao dos pisos e uma PLR maior porque contriburam com os lucros recordes aumentando a produtividade dos bancos. Esse um mecanismo para manter o poder de compra dos trabalhadores e contribuir com a desconcentrao da renda", disse Carlos Cordeiro.
PLR maior e mais justa
A reivindicao aprovada pela 16 Conferncia Nacional dos Bancrios que seja implementado um novo modelo de PLR (trs salrios mais valor fixo de R$ 6.247,26) por considerar que a atual frmula muito complexa, pouco transparente e no remunera os bancrios de forma adequada. A PLR foi uma conquista da campanha de 1995.
"O lucro dos bancos cresceu tanto que o modelo atual da PLR no acompanhou a distribuio desse lucro. O crescimento da PLR dos caixas, por exemplo, foi em mdia de 338% entre 1995 e 2013, enquanto o lucro dos bancos aumentou 1.067% nesse perodo. Queremos aumentar o percentual a ser distribudo", destaca Cordeiro.
O Comando props ainda que o pagamento da PLR no deve ser compensado com os programas prprios de remunerao varivel dos bancos.
Valorizao dos pisos e PCS
O Comando defendeu com nfase a reivindicao de aumento dos salrios de ingresso (R$ 2.979,29 para escriturrio e R$ 4.021,99 para caixa e tesouraria) e da implementao de pisos de R$ 5.064,73 para primeiro comissionado e de R$ 6.703,31 para primeiro gerente. Os bancos alegam que se trata de poltica de cada empresa, no cabendo discusso na mesa da Fenaban.
Os representantes dos bancrios tambm insistiram na reivindicao histrica de criao de planos de cargos e salrios (PCS) em todos os bancos, a exemplo do que j existe nas instituies pblicas. "O PCS um instrumento de valorizao e de transparncia dentro dos bancos, que permite ao trabalhador obter ganhos ao longo de sua permanncia na empresa", disse Carlos Cordeiro.
O Comando chamou a ateno para a grande diferena entre a remunerao dos altos executivos e dos funcionrios, que chega a 318 vezes, uma das maiores do mundo. "O PCS tambm um instrumento para que evitar desigualdades, inclusive de gnero, raa e orientao sexual", salienta Cordeiro.
Os bancos no itiram em hiptese alguma incluir a obrigatoriedade de um PCS na conveno coletiva e ainda descartam qualquer possibilidade de incorporar ganhos automticos em decorrncia de tempo de servio.
Isonomia salarial
A reivindicao dos bancrios para que os bancos se comprometam a aplicar a Conveno 100 da Organizao Internacional do Trabalho (OIT) e o artigo 2 da Declarao de Direitos Humanos, que asseguram a equivalncia salarial para trabalho de igual valor.
Os negociadores da Fenaban negam que haja diferena tanto entre funes como entre homens e mulheres. O Comando insistiu que as diferenas existem, como mostram os dados do Caged, por causa da m gesto dos bancos, que no garantem igualdade de oportunidades para as mulheres.
Outras reivindicaes econmicas
A 16 Conferncia aprovou a reivindicao de R$ 724, o equivalente ao salrio mnimo nacional, para os vales-alimentao, refeio, cesta-alimentao, 13 cesta-alimentao e auxlio-creche/bab. Os bancrios tambm reivindicam a criao de um 13 vale-refeio. Os representantes da Fenaban disseram que vo levar a reivindicao aos bancos.
Em relao ao auxlio-educacional, os bancos argumentaram que cada banco tem a sua poltica e no querem incluir uma clusula na Conveno Coletiva.
O Comando tambm reivindicou o reajuste do vale-cultura para R$ 112,50 e para todos os funcionrios.
Fim das metas abusivas e do assdio moral
O Comando apresentou aos representantes dos bancos os nmeros do INSS, mostrando que 18.671 bancrios doentes foram afastados do trabalho em 2013, o que representa um crescimento de 41% em relao aos ltimos cinco anos. E as doenas mentais j superam os casos de LER/Dort. Do total de auxlios-doena acidentrios registrados pelo INSS no ano ado, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e do sistema nervoso.
"A sade e as condies de trabalho so prioridades definidas pela 16 Conferncia Nacional dos Bancrios. Tanto as pesquisas do Dieese como as consultas dos sindicatos mostram que h muitos trabalhadores adoecendo, usando remdios de tarja preta e at chegando morte. No aceitamos trabalhar em ambiente que adoece. E isso est ligado gesto dos bancos, sobretudo cobrana de metas. Se no discutirmos as metas, vamos continuar enxugando gelo", afirmou Carlos Cordeiro.
Esse tema ser retomado nas rodadas de negociao desta semana, depois que a Fenaban apresentar os dados solicitados pela Contraf-CUT sobre os afastamentos de bancrios no trabalho.
Em relao a sade e condies de trabalho tambm esto pendentes questes como isonomia de direitos para afastados, programa de reabilitao, intervalos para atividades repetitivas, avaliao do PCMSO, assistncia mdica, hospitalar e medicamentosa, garantia de salrio ao empregado afastado, reviso ilegal de atestados mdicos e Cipa e Sipat.
Garantia de emprego e fim da rotatividade
"Mostramos de forma enftica para os banqueiros que a categoria considera uma prioridade dessa campanha a adoo de medidas para preservar o emprego, principalmente em relao rotatividade e ao fim das terceirizaes", afirma Carlos Cordeiro.
Estudo do Dieese com base no Caged do Ministrio do Trabalho e Emprego mostra que os bancos mltiplos fecharam mais de 5 mil postos de trabalho entre janeiro e julho de 2014, alm de 23 mil desligamentos, dos quais 63% foram demisses sem justa causa.
O Comando defendeu a pauta de reivindicaes dos bancrios, aprovada na 16 Conferncia Nacional, destacando sobre esse tema a garantia de emprego e o fim das demisses imotivadas, de acordo com os termos da Conveno 158 da Organizao Internacional do Trabalho (OIT).
Os bancos alegaram que a Conveno Coletiva no o instrumento adequado para impor tais restries aos bancos, uma vez que se trata de polticas de cada instituio. Eles disseram que as demisses na categoria so "irrisrias" e que h "ajustes pontuais", realizadas "com muita responsabilidade".
Para o presidente da Contraf-CUT, " irresponsabilidade dos bancos olhar nmeros e no enxergar pessoas, que so pais e mes de famlia".
Fim da terceirizao/correspondentes bancrios
O Comando tambm apresentou dados comparativos da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad/IBGE) de 2011, mostrando que havia 1,004 milho de trabalhadores no ramo financeiro. E ao se analisar as principais Cnaes (Classificao Nacional das Atividades Econmicas do Setor Financeiro) de 2012, constata-se que 839 mil trabalhadores so contratados por empresas financeiras. Desse total, 512 mil eram bancrios. Somente a esto identificados 165 mil trabalhadores do sistema financeiro no enquadrados na categoria e, portanto, sem a proteo da Conveno Coletiva de Trabalho (CCT).
Somando-se a isso os aproximadamente 400 mil estabelecimentos de correspondentes bancrios e o fato de os bancos terceirizarem atividades em que Cnaes no pertencentes ao sistema financeiro, o nmero verdadeiro de bancrios informais infinitamente maior. Ou seja, enquanto o nvel de emprego na categoria vem caindo, inversamente aumenta o processo de terceirizao das atividades bancrias.
Por isso, os bancrios reivindicaram o fim das terceirizaes e da utilizao dos correspondentes bancrios em substituio s agncias bancrias.
Os negociadores da Fenaban argumentaram, no entanto, que a terceirizao parte estratgica da organizao do negcio e defenderam a sua regulamentao de forma ampla e irrestrita.
Segurana bancria
Apesar da sensao de insegurana, dos sequestros e do aumento das mortes em assaltos envolvendo bancos, a Fenaban tratou com profundo descaso as reivindicaes de segurana bancria defendidas pelo Comando.
O Comando e a Fenaban fizeram um balano positivo do projeto-piloto de segurana bancria conquistado na Campanha 2012 e implantado em agosto do ano ado em Recife, Olinda e Jaboato de Guararapes.
Em razo dos avanos, os bancrios agora querem incluir na CCT as medidas testadas e aprovadas no projeto-piloto, tais como porta giratria com detector de metais, cmeras internas e externas, biombos em frente aos caixas, guarda-volumes e vigilantes armados e com coletes balsticos, de forma que sejam estendidos para agncias e postos de atendimento em todo o pas.
O Comando tambm enfatizou a necessidade de preveno contra sequestros diante do alto nmero de casos em todo o pas, cujas principais vtimas so gerentes e tesoureiros, e cobrou o fim das demisses e a concesso de estabilidade no emprego para as vtimas de assaltos e sequestros por 36 meses
Os negociadores da Fenaban disseram que levaro a reivindicao para apreciao dos bancos.
Igualdade de oportunidades
Na tera, os bancos apresentaro o resultado do II Censo da Diversidade, realizado entre 17 de maro e 9 de maio deste ano, que foi uma conquista dos bancrios na Campanha Nacional 2012.
O II Censo permitir verificar o que mudou e o que no avanou em termos de igualdade de oportunidades para os bancrios e as bancrias desde 2008, quando foi realizado o I Censo.
Em 2008, as mulheres ganhavam 78% dos salrios dos homens e encontravam mais obstculos para a ascenso profissional. Alm disso, apenas 19,5% dos bancrios eram negros ou pardos, com ganho mdio de 84,1% do salrio dos brancos. E a categoria tinha somente 8% de mulheres negras.
Dados da Rais (Relao Anual de Informaes Sociais) de 2012 revelam que a presena de pretos e pardos na categoria bancria era de 17,1%, o que demonstra que houve uma reduo da populao negra trabalhando nos bancos.
Calendrio
15 - Dia Nacional de Luta
15 - Quarta rodada de negociao especfica com o BNB
15 - Segunda rodada de negociao especfica com o Santander
16 - Quinta rodada de negociao com a Fenaban
16 - Terceira rodada de negociao especfica com o Banco da Amaznia
17 - Sexta rodada de negociao com a Fenaban
17 e 18 - Segunda rodada de negociao especfica com o Banrisul
18 - Terceira negociao especfica com o Banpar
19 - Stima rodada de negociao com a Fenaban
24 e 25 - Terceira rodada de negociao especfica com o Banrisul
26 - Quinta rodada de negociao com o Banco do Brasil
1 e 2 - Quarta rodada de negociao especfica com o Banrisul
Fonte: Contraf-CUT
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