• 04 de fevereiro de 2019, 10:05
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CRESCE NMERO DE MAIS ESCOLARIZADOS QUE DESISTEM DE PROCURAR EMPREGO 1y2s40

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Mais de 1,6 milho de pessoas que estudaram por dez anos ou mais tinham parado de buscar trabalho no terceiro trimestre do ano ado. No mesmo perodo de 2014, esse nmero era de 394 mil pessoas

Desde que o Brasil entrou oficialmente em recesso, em 2014, o desalento - quando o trabalhador desiste de procurar emprego simplesmente por achar que no vai mais conseguir encontrar uma vaga - subiu a pirmide social. O nmero de trabalhadores com maior nvel de escolaridade que entrou nessa categoria aumentou exponencialmente.

No terceiro trimestre do ano ado, o total de pessoas que estudaram por dez anos ou mais (que o equivalente a ter ao menos iniciado do o ensino mdio) e tinham parado de buscar trabalho era de 1,66 milho, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclio (Pnad) Contnua. No terceiro trimestre de 2014, esse nmero era de 394 mil pessoas.

Isso quer dizer que mais de 1,27 milho de trabalhadores bem qualificados, em plena idade produtiva, caram no desalento de 2014 at setembro do ano ado, pelos nmeros da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), compilados pela consultoria IDados. Em 2012, o primeiro ano da Pnad, os trabalhadores com maior formao eram 26% dos desalentados. Agora, eles j chegam a 35%.

O porcentual de brasileiros mais escolarizados que desistiram de buscar um emprego comeou a crescer em 2015 e avanou sete pontos porcentuais em apenas trs anos.

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de So Paulo, esse movimento ruim porque indica que mesmo as pessoas com maior qualificao esto pessimistas com o mercado de trabalho. Um dos motivos para esse desnimo que, na sada da recesso, as vagas de emprego criadas so, em sua maioria, de baixa remunerao, muitas vezes informais - foi isso que sustentou a pequena queda da taxa de desemprego no ano ado. Puxada exatamente pelo aumento da informalidade, a desocupao caiu de 13,1%, no incio do ano, para 11,6%, no fim de dezembro.

Padro
Alm disso, como esses trabalhadores que acumularam anos de estudo tinham salrios maiores antes do desemprego, quando o desalento chega a esse grupo, a renda familiar mais prejudicada, analisa Bruno Ottoni, da IDados. “So pessoas mais qualificadas e com um padro de vida melhor, que desistiram em algum momento de procurar emprego.”

Por estarem em uma situao mais frgil no mercado de trabalho, ganharem menos e estarem mais sujeitos a perder o emprego, os brasileiros com menor formao ainda so a maioria em situao de desalento, mas a presena deles entre os que desanimaram de procurar uma vaga caiu de 73%, no terceiro trimestre de 2014, para 65% no terceiro trimestre do ano ado.

“Cansei de esperar o mercado melhorar”, resume a engenheira Adriana Mello, de 28 anos. “Parece que agora est mais fcil de arrumar um emprego, mas s parece. No voltei a procurar o dia inteiro, como fazia antes, porque as vagas que aparecem tm remunerao de R$ 3 mil, quando o piso trs vezes mais. Querem que voc tenha as mesmas responsabilidades de antes, sem ganhar o suficiente.”

Desde que Adriana perdeu o emprego, em maio do ano ado, ela ou a usar o tempo livre para fazer cursos e melhorar o ingls. Mas as contas, que eram divididas com o marido, pesam mais. “De 2015 para c, o mercado piorou. Quem ganhava R$ 7 mil, agora topa ganhar R$ 3 mil. E quem pode esperar, aproveita para voltar ao mercado com mais formao.”

Na avaliao de especialistas, o nmero de desalentados - os trabalhadores que pararam de buscar emprego por um tempo - com maior formao deve cair lentamente, j que, na sada da crise, as vagas que tm surgido so de remunerao mais baixa.

O desalentado o brasileiro que gostaria de estar trabalhando, mas no tem incentivo para procurar trabalho por um perodo, seja pela dificuldade em se recolocar no mercado de trabalho ou porque as oportunidades que aparecem agora no so atrativas e ele pode esperar que as coisas melhorem.

“Ele faz parte da fora de trabalho potencial”, explica o economista Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria IDados. “Em geral, o desalento cresce em um mercado de trabalho que no est funcionando direito. E na sada da crise, o nmero de pessoas nessa situao cresce porque as poucas vagas que reapareceram no mercado agora pagam pouco.”

Ele lembra que o trabalhador, muitas vezes, acaba preferindo ficar em casa ou comear a fazer algum curso, fica mais ou menos em um como de espera at que surjam oportunidades.”

O tambm engenheiro Diogo Dutra da Silva, de 29 anos, est fora do mercado de trabalho desde a concluso das obras de um edifcio na zona leste de So Paulo, em 2017. “Trabalhava em uma construtora que viu as obras rarearem durante a crise. Em 2015, comeou a diminuir a quantidade de projetos e o nmero de funcionrios da empresa. Quando o prdio ficou pronto, perdi o emprego.”

Ele concorda que as vagas que surgiram entre o ano ado e o incio de 2019 tm remunerao baixa demais, a ponto de compensar esperar mais um pouco. “Sempre fui de gastar pouco e durante o perodo de emprego farto, guardei dinheiro. Essa poupana me ajuda agora a no precisar aceitar qualquer vaga que for aparecendo”, diz.

Baixa expectativa
Na semana ada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) divulgou que os brasileiros que caram no desalento atingiram mdia de 4,736 milhes - 13,4% acima de 2017. Nessa conta, entram os que se achavam jovens ou idosos demais, pouco experientes ou acreditavam que no encontrariam uma boa oportunidade de trabalho.

“Tem gente que j consegue encontrar o trabalho com carteira assinada mais facilmente do que h alguns meses, mas as condies nem sempre so boas. Se a pessoa pode esperar mais um pouco para conseguir um emprego mais prximo de suas expectativas, ela acaba se virando, conta com as economias ou ajuda de parentes e espera”, concorda o economista da Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas (Fipe) Eduardo Zylberstajn.

A expectativa do economista do Insper Renan de Pieri de que o Pas gere mais empregos este ano do que em 2018, quando o desemprego cedeu apenas timidamente, e fechou o ltimo trimestre em 11,6% - ante 13,1% do incio do ano ado.

“Mas a reinsero dessas pessoas no mercado de trabalho no vai ocorrer rapidamente. O Brasil formou um exrcito de desalentados, quando o mercado melhorar, eles vo voltar a procurar por emprego e precisaro ser reabsorvidos”, diz." (Fonte: Gazeta do Povo)


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