Bancrios repudiaram insegurana e cobraram portas giratrias e vigilantes

As agncias de negcios, que o Ita abriu em vrias cidades do pas, devem ter obrigatoriamente plano de segurana aprovado pela Polcia Federal, conforme estabelece a lei n 7.102/83. No podem funcionar sem portas giratrias e sem vigilantes. A exigncia foi feita pela Contraf-CUT, federaes e sindicatos aos representantes do banco, durante negociao realizada na tarde desta quinta-feira (27), no prdio do CEIC, em So Paulo.

"Banco que no tem segurana um convite para o ataque de assaltantes, cada vez mais ousados, aparelhados e violentos", alertou Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comisso de Organizao dos Empregados (COE) do Ita, que assessora a Contraf-CUT nas negociaes com o banco. Ele lembrou o assalto ocorrido no ltimo dia 29 de janeiro, na agncia de negcios de Londrina, onde os bancrios ficaram aterrorizados e ainda tiveram os seus pertences roubados.

Risco para bancrios e clientes

Wanderley disse que as agncias de negcios possuem caixas eletrnicos e por isso h operaes de abastecimento e saques de dinheiro, colocando em risco a vida de bancrios e clientes. "Mesmo que no tivesse numerrio, preciso ter segurana, como tem aqui no prdio do CEIC e noutras dependncias do banco, onde no h dinheiro, mas existem funcionrios trabalhando", salientou.

Essas agncias de negcios so, na verdade, agncias tradicionais que tinham plano de segurana e foram transformadas para esse novo modelo de atendimento seletivo do banco, porm os equipamentos de segurana foram retirados. "A inteno do Ita reduzir custos para aumentar ainda mais o lucro, mas isso deixa bancrios e clientes muito expostos e prejudica a imagem do banco", frisou Ademir Wiederkehr, secretrio de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurana Bancria, que tambm participou da negociao.

Ademir recordou que em 2011 o Ita retirou inmeras portas giratrias durante a reforma das agncias, no processo de fuso com o Unibanco. "Aps a presso das entidades sindicais, o banco voltou atrs, inclusive recolocando esse equipamento em unidades onde havia retirado", ressaltou.

"No podemos esperar por uma tragdia para recolocar portas giratrias e vigilantes nas agncias", apelou Carlos Damarindo, diretor do Sindicato dos Bancrios de So Paulo. Ele citou que a agncia na rua Duque de Caxias, no centro da capital paulista, ficou paralisada durante dez dias no incio de fevereiro por falta de segurana, ganhando o apoio de clientes que tambm se sentem inseguros e desprotegidos. "Segurana prioridade", reforou.

Modelo inseguro e excludente

Esse novo modelo excludente de agncias do Ita tambm foi criticado pelos dirigentes sindicais. No existe bateria de caixas. O atendimento no para todos os clientes, que ainda so direcionados para unidades prximas se precisarem de determinados servios. "Esse modelo representa uma segregao social. Queremos melhores condies de atendimento para todos os clientes do banco", defendeu Daniel Reis, diretor do Sindicato dos Bancrios de So Paulo.

Os representantes do Ita ouviram os dirigentes sindicais e disseram que segurana " uma preocupao do banco" e ficaram de estudar o problema junto s reas envolvidas do banco. Eles reconheceram que "segurana um desafio" e se comprometeram a agendar nova negociao para o ms de maro, onde iro trazer uma resposta.

"Esperamos que o banco recue e garanta segurana nas agncias de negcios, protegendo a vida de bancrios e clientes e prevenindo assaltos", avaliou Wanderley.

"O Ita investe bilhes de reais em novas tecnologias, preocupado com a segurana na nuvem, mas ainda trata como despesa a segurana das pessoas, o que precisa mudar", enfatizou Ademir.

Retomada da pauta especfica

Ao final, o Ita ficou de agendar uma negociao para o ms de abril sobre a retomada da pauta especfica de reivindicaes dos funcionrios, que inclui questes como emprego, plano de sade, reabilitao profissional, programa Agir e Plano de Cargos e Salrios (PCS), dentre outras.


Fonte: Contraf-CUT