(Por Renato Pezzott)
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentao Publicitria) e a Fundao Procon/SP abriro processos contra a campanha do Santander que promove o ttulo de capitalizao da instituio, o "DinDin Santander".
O Conar j possui duas aes: a primeira foi motivada por denncias de consumidores. Segundo a instituio, a campanha "Voc milionrio ou seu dinheiro de volta" faz uma promessa de ganhos exagerados com os ttulos de capitalizao.
A segunda foi movida pela Caixa Econmica Federal. Para o banco estatal, o comercial "Tente a sorte no Din Din" faz uma publicidade comparativa irregular, uma vez que cita a palavra "loteria" e promove uma comparao de produtos diferentes (loterias e ttulos de capitalizao).
Para tentar resolver a questo, executivos do Santander e da Caixa se reuniro hoje tarde, na sede do Conselho, em So Paulo. O trmite comum e, muitas vezes, as campanhas acabam sendo alteradas depois de um acordo. O Santander no quis comentar as aes.
Semelhana com caso Bettina
O Procon/SP tambm pedir esclarecimentos ao Santander. Para Guilherme Farid, chefe de gabinete do rgo, a campanha se assemelha ao "caso Bettina".
"A campanha no explica como vai fazer com que consumidores se tornem milionrios. Acredito ser abusiva a forma que prope a venda do ttulo de capitalizao. Devemos solicitar ao banco que envie a base de dados tcnica e cientfica que comprove essa possibilidade", afirma.
Segundo o Cdigo de Defesa do Consumidor, campanhas publicitrias no podem iludir o consumidor —ou, ainda, serem enganosas por omisso.
"O Cdigo reconhece o consumidor como vulnervel. Por isso, a campanha deveria deixar claro que o produto se trata de um ttulo de capitalizao e que no vai alcanar um rendimento de poupana, por exemplo. Precisa ter o mximo de informaes possvel", declara Farid.
Crise acentua competio por clientes
Segundo Luiz Peres-Neto, professor da ESPM-SP, em pocas de crise, tradicionalmente, a publicidade dos bancos acentua a competio por clientes.
"Na medida em que a economia se estanca, h a necessidade de mais crdito. Este o contexto perfeito para que bancos e entidades financeiras comecem a buscar 'os asteriscos' nas propagandas", afirma o acadmico.
Para o professor, a campanha ainda refora certos esteretipos de gnero. "O comercial tambm misgino e patriarcal, quando coloca a mulher como empreendedora do lar e o homem como aquele que joga a roleta russa da vida", diz.
Comparao entre produtos distintos
Peres-Neto ainda afirma que a comparao implcita no comercial impossvel.
"Tudo vel de uma comparao. Mas a campanha no razovel, uma vez que compara produtos financeiros diferentes. A tendncia crescente no mercado: propaganda que no mentem, mas que omitem a verdade na busca por mais clientes", diz.
O fim das letras midas
Por muitas vezes, as campanhas dos bancos so questionadas pelo fato de possurem "letras midas". O artifcio foi criticado por uma ao do banco digital Nubank.
A startup focada em servios financeiros, lanou, em maro deste ano, um movimento que prope o "fim dos asteriscos" nas campanhas: o #AsteriscoNo. Para isso, a fintech resolveu provocar os grandes bancos: instalou anncios em relgios de rua prximos a agncias da Caixa Econmica Federal, do Ita e do Santander, em So Paulo.
A ideia pretendia que as empresas assem a ter maior transparncia em sua comunicao, sem letras midas e notas de rodap em anncios. (Fonte: UOL)
2012 Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancrios de Erechim e Regio
Todos os direitos reservados
Avenida Maurcio Cardoso, 335, Sala 202
CEP 99700-426 - Erechim - RS
Fonex/Fax: (54) 3321 2788
[email protected]