• 27 de janeiro de 2020, 09:54
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CAGED: O que os nmeros do emprego dizem sobre o primeiro ano da economia sob Bolsonaro 1i7f

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(Camilla Veras Mota - Da BBC News Brasil em So Paulo)


Depois de ar pela maior crise de sua histria recente, o mercado de trabalho deu sinais mais claros de que est se recuperando e fechou 2019 com saldo positivo de 644.079 postos com carteira assinada.

O emprego o ltimo pilar da economia a se recuperar dos ciclos de recesso. Primeiro, as empresas se desfazem de eventuais estoques acumulados, esperam para confirmar se o aumento de demanda de fato se sustenta no mdio prazo para, a sim, reforarem o quadro de pessoal.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (24/01) pelo Ministrio da Economia, mostram no apenas que este momento chegou.

Leia, a seguir, 4 fatos que os dados de emprego revelam sobre a economia no primeiro ano do governo Bolsonaro.

Modalidades 'flexveis' se consolidam no mercado formal
Dois tipos de contrato criados pela reforma trabalhista, em 2017, ganharam flego no ano ado.

O trabalho intermitente e o parcial responderam por cerca de 106 mil das 644 mil vagas com carteira criadas no perodo, cerca de 16,5% do total ? percentual ligeiramente superior ao registrado em 2018, 15,6%.

O contrato parcial, com jornada reduzida, j existia, mas foi flexibilizado com a reforma.

O intermitente aquele em que a empresa registra em carteira o funcionrio, mas sem estabelecer salrio ou jornada fixa. O trabalhador pode ser convocado por alguns dias ou mesmo horas no ms, a depender da demanda por parte do contratante.

Ele foi um dos pontos mais polmicos da reforma e frequentemente apontado por crticos como uma "formalizao do bico". Os que o defendem afirmam que ele tem servido muitas vezes de porta de entrada para o contrato em tempo integral.

Desde que foi instituda, a modalidade questionada em uma Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal. O argumento de que ela violaria princpios constitucionais como o da dignidade humana e do valor social do trabalho.

O tema est na pauta do dia 14 de maio do Supremo.

Para o economista Thiago Xavier, da Tendncias Consultoria, a participao mais expressiva de contratos mais flexveis no emprego formal pode ser um reflexo da recuperao lenta da economia, mas tambm pode sinalizar uma mudana estrutural do mercado de trabalho.

"Nesses ltimos anos, o mercado sofreu influncia da reforma trabalhista, do surgimento de novas formas de trabalho, alm das questes conjunturais. difcil dizer hoje o que o qu", pondera.

O longo caminho da indstria
Os servios foram o setor que mais gerou emprego com carteira no Brasil em 2019. Com saldo positivo de 382,5 mil postos, respondeu por 59% do total de vagas.

Em termos relativos, o estoque de emprego avanou 2,2% no perodo, perdendo apenas para a construo, que incrementou o estoque de emprego em 3,6%.

A indstria, por outro lado, teve o pior desempenho. O setor, que j chegou a responder por mais de 20% do emprego com carteira em anos como 2004, 2006 e 2010, contribuiu com 2,8% dos postos em 2019, um saldo lquido de 18,3 mil ? variao de 0,26% no estoque de emprego do setor.

O desempenho reflexo da prpria atividade industrial, que chegou a ensaiar uma recuperao na sada da crise, mas voltou a ter desempenho errtico em 2019.

Entre janeiro e novembro, ela recuou 1,1% em relao ao mesmo perodo do ano anterior, de acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF).

A ltima divulgao da pesquisa do IBGE, que apontou uma queda de 1,7% na produo apenas em novembro (na comparao com o mesmo perodo de 2018), acendeu um "sinal amarelo", na avaliao do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

"No restam dvidas de que 2019 foi um ano recessivo para a indstria", destacou a organizao em sua mais recente anlise.

Uma das razes para isso o setor externo. Mesmo com o dlar acima do patamar de R$ 4, as exportaes no decolaram em 2019. Pelo contrrio: recuaram 6,4% em relao a 2018, para US$ 223,4 bilhes.

O desempenho se deve especialmente crise na Argentina, principal destino dos produtos manufaturados brasileiros, e desacelerao do comrcio global no ano ado por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

No mercado interno, como destaca a MCM Consultores em relatrio, a indstria conseguiu atender parte da demanda com seus estoques acumulados ? o que tambm contribuiu para o desempenho frustrante da produo.

A surpresa positiva da construo
O setor mais abalado pela crise, por outro lado, voltou a contratar depois de 5 anos. Foram 71,1 mil postos com carteira assinada, 11% do total de vagas contabilizado em 2019.

Entre 2014 e 2017, o setor fechou cerca de um milho de postos formais, um tero do saldo negativo do perodo: durante a crise, o Brasil fechou 3 milhes de empregos com carteira assinada.

Ao contrrio de outros perodos recentes em que a construo estava contratando, entretanto, desta vez no h grandes obras de infraestrutura em andamento, dada, entre outros fatores, a restrio fiscal de Estados e da Unio.

A recuperao est sendo puxada pelo setor imobilirio, por lanamentos residenciais concentrados especialmente no Sudeste, afirma a economista Ana Maria Castelo, pesquisadora da Fundao Getulio Vargas (FGV).

No primeiro semestre de 2019, as vendas de imveis no pas registraram alta de 12% em relao ao mesmo perodo de 2018 ? e mais da metade das unidades estavam no Sudeste, segundo a Cmara Brasileira da Indstria da Construo (Cbic).

Parte dessa alta se deve, para os especialistas, ao ciclo recente de queda nas taxas bsicas de juros no pas.

Tentando fugir da rentabilidade menor que uma Selic a 4,5% representa para os ativos de renda fixa, por exemplo, investidores voltaram a apostar no setor.

A prpria queda dos juros barateia o custo do financiamento imobilirio e incentiva o consumo, acrescenta o economista Cosmo Donato, da LCA Consultores.

"Esse , afinal, um dos canais de transmisso da poltica monetria", diz ele, referindo-se s decises do Banco Central, no caso, de baixar os juros ? que tm como reflexo um estmulo ao consumo e atividade econmica.

Recuperao ainda mais lenta no Nordeste
Na anlise por regies, Centro-Oeste e Sul tiveram melhor desempenho ? o estoque de emprego cresceu 2,3% e 2% em 2019, respectivamente.

O Nordeste, por sua vez, teve o pior desempenho, com alta de 1,2% no volume de empregados com carteira assinada ? saldo lquido de 76,5 mil novos postos.

A regio foi a que mais sentiu os efeitos negativos da recesso e, nesta lenta retomada da crise, segue com desempenho pior do que a mdia nacional.

No binio 2015-2016, enquanto a economia encolheu 3,6% como um todo, no Nordeste o PIB recuou ainda mais, 4,3%.

J em 2019, ano em que a atividade no pas se recuperou e avanou 1,2%, na regio cresceu apenas 0,3%, de acordo com as estimativas da Tendncias Consultoria.

Se confirmada pelo IBGE, que divulga os dados de PIB regional com uma defasagem mdia de dois anos, a variao sinaliza que a retomada na regio tem sido ainda mais lenta do que no restante do pas.

E o crescimento da economia tem ligao direta com a gerao de emprego com carteira assinada, destaca o economista Thiago Xavier.

Esse um dado relevante especialmente em 2020, ano de eleies municipais. Para vrios cientistas polticos, a situao da economia um fator que tem forte influncia sobre o voto ? e o Nordeste a regio em que o presidente Bolsonaro teve pior desempenho nas eleies de 2018. (Fonte: UOL)


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