Segundo maior banco privado do pas, Bradesco vai ampliar sua capacidade de atendimento em 2015 aps quase dois anos sem abrir novas agncias; objetivo da instituio presidida por Luiz Carlos Trabuco atrair 1,2 milho de novos correntistas; a primeira inaugurao ocorreu em Fernando de Noronha, que s tem cerca de 4 mil habitantes (Carolina Mandl)

Por volta das 15 horas de quinta-feira, Carlos Alberto Flor deu a beno a uma agncia bancria na ilha de Fernando de Noronha. O feito, apesar de indito para o funcionrio pblico que h anos ministro da Igreja Catlica, nada tinha de inusual para quem estava a seu lado, Josu Augusto Pancini, vice-presidente de rede e de relaes com o governo do Bradesco.

Antes de abrir as portas para o pblico, cada uma das 4.659 agncias do banco teve de ser abenoada, uma tradio no Bradesco. A diferena para Pancini que aquela era a primeira inaugurao de agncia de 2015, quando o banco deve abrir cerca de 185 unidades, depois de quase dois anos quase sem expandir a rede.

Durante esse intervalo, o nmero de pontos de rua do Bradesco chegou a encolher em 27 unidades. Foi um perodo de maturao das mil novas agncias abertas em 2011, quando o Bradesco decidiu reconstruir a rede do Banco Postal, depois de ter perdido para o Banco do Brasil o leilo para utilizar os postos dos Correios para prestar servios bancrios.

Com essas agncias j atingindo o ponto de equilbrio ou acima dele, o banco resolveu voltar expanso. “Neste ano, o foco tecnologia e ampliao da capacidade de atendimento”, afirmou Pancini. O Bradesco investir R$ 1 bilho entre inauguraes de agncias e reformas em 2015. Com isso, quer adicionar 1,2 milho de correntistas aos 26,5 milhes que j tem.

Para cumprir a agenda de retomada da expanso da rede, Pancini estava s 7 horas a bordo do jato Citation 7, de propriedade do Bradesco, acompanhado dos diretores Fernando Tenrio, responsvel pela interlocuo com o poder pblico, e Aurlio Guido Pagani, que istra a rede de varejo.

Ali, no aeroporto de Congonhas, a maratona s tinha comeado. Por isso a previso era de que todas as refeies seriam feitas a bordo. Para o caf da manh, sanduches de presunto, queijo e mortadela. Todos servidos pelo zeloso piloto Ivan Vallim. Depois, sem atrasos pelo caminho, sobrou tempo para almoar lagosta, camaro e peixe rapidamente numa luxuosa pousada de Fernando de Noronha.

Almoo encerrado, o prximo destino era a cerimnia de inaugurao da agncia, aberta com 620 contas correntes, herdadas do posto de atendimento que o Bradesco j tinha na ilha.

Apesar de Fernando de Noronha s ter cerca de 4 mil habitantes, o interesse em estar ali no em vo. Depois de ganhar um leilo no fim de 2010, o banco quem paga os servidores pblicos de Pernambuco, mas os trmites exigidos para construes em rea de proteo ambiental impediam a abertura de uma agncia. At quinta-feira ada, apenas o Santander estava na ilha.

Finalmente aberta ao pblico, a estreia da agncia atraiu os ilhus para os 115 metros quadrados da unidade. Donos de pousadas e de supermercados, vizinhos e servidores pblicos participaram do concorrido evento, regado a sanduches e bolo de rolo, quitute pernambucano.

Beno recebida pelo ministro Flor e agradecimentos feitos, Pancini partiu para o aeroporto. Durante as poucas horas na ilha, o mar verde claro s foi visto do alto do avio, afinal o roteiro ainda inclua uma visita de cortesia ao governador de Pernambuco, Paulo Cmara (PSB), no Recife. O dia de Pancini s foi terminar s 22h30, quando chegou a So Paulo.

Ex-contnuo e gerente do Bradesco, o vice-presidente de rede do Bradesco est acostumado a viagens relmpago. J chegou a ar dois meses fora de casa para percorrer diversos pontos do banco pelo pas e sabe discorrer at sobre o tipo especial de piso que algumas delas precisam receber em algumas regies.

Apesar da recente pausa nas inauguraes de agncias, Pancini prev que as viagens devem se intensificar. “O Brasil ainda tem novas fronteiras [de desenvolvimento] acontecendo”, disse.

O executivo no nega, porm, que algumas agncias tero de se reinventar, principalmente em lugares onde a tecnologia j largamente usada pelas pessoas para transaes como pagamentos e transferncias. “Vamos ter de exercitar novos modelos.” (Fonte: Valor Econmico)