• 05 de abril de 2019, 13:50
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Bancos tero de abrir mo do monoplio sobre os dados dos clientes; vem a o OPEN 25q49

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Bancos tero de compartilhar dados de clientes com outras instituies e fintechs (Por Fabiane Ziolla Menezes)

Entre todos os itens da agenda BC+, de medidas de desburocratizao, barateamento e regulamentao de inovaes no setor financeiro, o open banking a grande misso do Banco Central em 2019. Espera-se que um desenho do modelo a ser adotado no Brasil seja apresentado ainda neste primeiro semestre e que ele seja colocado em prtica em duas ou mais fases nos anos seguintes.

Pelo conceito do open banking, os dados financeiros pertencem ao cliente, que pode escolher compartilh-los com qualquer instituio financeira, para que ela oferea a ele servios mais baratos e melhores. Bancos tradicionais, digitais e fintechs podero oferecer toda uma gama de produtos e servios no s aos seus prprios clientes, mas aos clientes das outras instituies, de pagamentos instantneos a crdito pessoal mais barato devido a uma avaliao de perfil mais profunda e gil. O termo tcnico para isso, segundo o Rafael Pereira, CEO da Rebel, plataforma online de emprstimos pessoais, a interoperabilidade do sistema.

Isso j acontece hoje, em alguma medida, com quem usa o aplicativo de organizao financeira GuiaBolso e o autoriza a ar dados do banco para monitorar suas finanas ou mesmo com as pequenas empresas clientes do Banco do Brasil que abrem seus dados na instituio para o sistema da startup de contabilidade ContaAzul.

Na prtica, o open banking feito por meio de Interfaces de Programao de Aplicao (APIs, na sigla em ingls), portanto os dados no so, efetivamente, visveis a qualquer um dos atores do sistema e nem podem ser compartilhados livremente. algo mais sofisticado, mas semelhante ao que foi pensado para o cadastro positivo, o rol de bons pagadores que est espera da sano do presidente Jair Bolsonaro, em que um sistema de score ou notas foi criado pelos bureaus de crdito como forma de usar esses dados.

Olhando para o que j est andamento no mundo hoje, o BC tem trs caminhos para o open banking: o da regulao abrangente, com padronizao das APIs, controle dos diferentes prestadores do servio e sistema de governana responsvel, por exemplo, por resolver disputas entre empresas e revisar periodicamente os padres estabelecidos (caso do Reino Unido); o da regulao dos padres de APIs, apenas, e adoo, mais tarde, de um papel de observador de uma etapa seguinte de autorregulao (caso de Singapura); e o da abertura dos dados seguida de uma autorregulao por si s, tendo a autoridade monetria mais como uma observadora de todo o processo (caso dos Estados Unidos).

Segundo fontes do mercado que acompanham de perto as discusses sobre a regulamentao do open banking, o Brasil deve ter um modelo hbrido, importando boas prticas j em andamento em outros pases, mas tambm olhando para solues que faam sentido no prprio quintal.

Seja como for, a tendncia de que open banking aumente gradativamente a competio no setor financeiro do pas e, o mais importante, reduza custos.

“O princpio do open banking j foi endereado na Lei Geral de Proteo de Dados e est a: ‘o dado do cliente e tem que ser guardado de maneira segura’”, ressalta Pietro Bonfiglioli , cofundador da Fisher Venture Builder, que lanou no ltimo ms de fevereiro o estudo “Regulao na era das fintechs”, em parceria com KPMG, Huck Otranto Camargo, Mutual, goLiza e Mercado Bitcoin.

Para Bonfiglioli, foi a postura pr-inovao do BC nos ltimos anos que possibilitou a regulao em reas como meios de pagamento, crdito e crowdfunding e incentivou o crescimento do ecossistema de fintechs no pas: de 53, em 2014, para 419, em 2018. Embora a agenda BC+ tenha sido criada em 2017 na gesto de Ilan Goldfajn, sob o governo de Michel Temer, ela foi abraada pela nova gesto de Roberto Campos Neto, do governo Bolsonaro.

A postura pr-ativa das prprias startups da rea tambm tem sido fundamental. H cinco ou seis anos, o comportamento geral dessas empresas era focar na soluo das dores do usurios de maneira micro, ando bem longe de discusses com autoridades monetrias.

De uns tempos para c, viram-se, no entanto, obrigadas a adotar uma atuao macro para realmente mudar o jogo do setor financeiro brasileiro. A recente criao de entidades como a Associao Brasileira de Crdito Digital (ABCD) parte desse esforo de encabear esse tipo de discusso de forma conjunta entre as fintechs.

"O prprio BC tem feitos convites e procurado conversar com os protagonistas desse sistema, sentando no s com os bancos, mas com fintechs e outros players do mercado ", conta Benjamin Gleason, cofundador do GuiaBolso, que compe tambm a ABCD.

Ele acredita que mesmo que o BC consiga implantar alguma fase do open banking neste ano, os impactos da medida s devem vir em 2020, 2021. Gleason fala isso at mesmo por experincias como a do Reino Unido. Neste semana, a autoridade monetria deu uma bronca nos cinco maiores bancos do pas por estarem demorando a adotar as funcionalidades do open banking em seus aplicativos para smartphone e determinou que essas instituies contratem agentes externos para acompanh-los nessa adequao. Ou seja, mesmo em um processo mais controlado e fomentado pelo rgo pblico, a implementao do open banking enfrenta resistncias e dificuldades.

Embora a princpio, os bancos se mostrem mais resistentes ideia, o open banking trar oportunidades para os grandes e pequenos players do setor.

Para Bradesco, Banco do Brasil e Ita, a grande vantagem para os bancos ser enxergar operaes que antes no avam pela sua instituio, e isso ampliaria o leque de dados que o banco poderia tratar.

“Se no tiver modelo de negcio com cesta de open banking, dados e inteligncia artificial, dificilmente a empresa consegue sair vitoriosa”, afirmou Gustavo Fosse, diretor de TI do Banco do Brasil.

Maurcio Minas, do Bradesco, destacou que, com o open banking, a receita com tarifas e tambm os spreads (a diferena entre o custo de captao e os juros cobrados dos clientes) tendem a cair, e que os bancos precisam estar preparados para conseguir receitas com outros benefcios do open banking. Isso viria da venda de informaes processadas por big data, defendeu Minas.

Atualmente, os bancos j fecham acordos voluntrios com outras instituiese precisam submeter contratos a uma longa avaliao jurdica, para garantir que no haver quebra de sigilo bancrio. Com o open banking, isso acontecer de mais segura e rpida.

De quem a responsvel final pelos dados?
Embora vejam todas essas vantagens competitivas com o open banking, os bancos temem o espao que essa regulamentao pode abrir para gigantes da tecnologia, como a Amazon e Google.

“O GuiaBolso tem hoje 500 mil clientes. Imagina se a Amazon, com os clientes dela, decidisse a cada dois minutos bater no banco para consolidar o extrato do cliente? Esse o grande risco que a gente corre”, disse o presidente do Bradesco, Octvio de Lazari, no fim de maro.

Ele disse isso se referindo responsabilidade solidria dos dados dos clientes prevista na regulamentao do cadastro positivo e que, provavelmente, tambm figurar numa regulamentao do open banking.

No geral, o grande objetivo dos bancos no pas hoje o ganho de escala nas operaes de crdito, como forma de ganhar rentabilidade frente inevitvel queda do spread bancrio. Lazari ite que a cobrana de tarifas perde cada vez mais espao frente s ofertas de produtos e servios gratuitos ou com custo muito abaixo da mdia do mercado por parte de fintechs e bancos digitais.

No h, porm, qualquer iluso de que os bancos, sozinhos, conseguiro barrar a inovao no setor financeiro. Lazari deposita suas esperanas no banco digital Next, hoje com cerca de 700 mil clientes. Seu concorrente, o Nubank, j tem mais de 4 milhes de NuContas no pas. “A nossa expectativa que a partir do segundo semestre o Next no dependa em nada do Bradesco, nem para resultado”, afirmou o presidente do Bradesco.

Para ele, a maior preocupao do Bradesco garantir que esses novos clientes, que no estariam no Bradesco, se tornem clientes a partir do Next." (Fonte: Gazeta do Povo)


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