Setor que lucrou mais de R$ 50 bilhes no primeiro semestre de 2019 paga menos s mulheres e aos recm-contratados no acumulado do ano
O setor bancrio eliminou 1,4 mil postos de trabalho entre janeiro e agosto deste ano. O dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), vinculado ao Ministrio da Economia. O saldo foi positivo em agosto, com a criao de 475 postos de trabalho, mas segue negativo no acumulado do ano.
“De longe, o setor bancrio o mais lucrativo do pas e segue ganhando muito da populao com a cobrana de tarifas e juros extorsivos. Mas, como sempre, oferece muito pouco retorno sociedade”, critica a secretria de Comunicao do Sindicato dos Bancrios de So Paulo, Marta Soares.
“Esse retorno deveria vir na forma da concesso de crdito a juros civilizados ou por meio da criao de vagas de empregos em uma realidade de sobrecarga de trabalho no setor bancrio e em um cenrio macro de baixa atividade econmica com mais de 12 milhes de desempregados”, prope a dirigente.
Ita, Bradesco, Santander, Caixa Federal e Banco do Brasil lucraram, juntos, no primeiro semestre deste ano, R$ 50,5 bilhes, crescimento de 20,7% em relao ao mesmo perodo do ano ado. Esses que so os cinco maiores bancos que atuam no pas concentram 90% dos empregos bancrios.
“S com o que arrecadam com tarifas cobradas dos clientes, os maiores bancos pagam todos os seus funcionrios e ainda sobra muito, o que comprova que essas instituies podem e devem contratar mais a fim de fornecer um atendimento melhor, amenizar a sobrecarga que adoece tantos trabalhadores e contribuir para a reduo do desemprego que assola o pas”, avalia Marta.
Rotatividade
Os bancos tambm lucram com a rotatividade. O Caged aponta que, de janeiro a agosto, o salrio mdio dos bancrios contratados foi de R$ 4.655, enquanto os demitidos ganhavam R$ 6.879. Ou seja, os contratados ganham em mdia apenas 68% da mdia salarial dos desligados.
No recorte do ms de agosto, o salrio mdio dos itidos (R$ 4.529) foi 31% menor do que o dos demitidos (R$ 6.601).
Discriminao contra mulheres
Alm da rotatividade, os bancos seguem com a discriminao de gnero. Nos primeiros oito meses do ano, o salrio mdio das mulheres contratadas (R$ 3.973) foi 24% menor do que o dos homens contratados (R$ 5.238). Apenas no ms de agosto, o salrio das mulheres contratadas (R$ 3.989) 20% menor do que o dos homens itidos (R$ 5.015).
“Uma discriminao injustificvel, j que, comprovadamente, as mulheres se especializam mais do que os homens e muitas vezes ainda enfrentam jornadas duplas ou triplas de trabalho, tendo de cuidar, muitas vezes sozinhas, dos filhos e das tarefas domsticas, alm do emprego”, critica Marta.
“Cobramos dos bancos que pratiquem a responsabilidade social que costumam propagar em suas campanhas publicitrias, por meio da reduo do crdito, da ampliao das contrataes e da equidade salarial entre homens e mulheres”, afirma a dirigente. (Fonte: Seeb SP)
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