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Crdito: Jalton Garcia - Contraf-CUT
Somente de janeiro a junho deste ano, o setor bancrio cortou 2.795 empregos
Na primeira rodada de negociao da Campanha Nacional Unificada 2015, entre o Comando Nacional dos Bancrios e a Fenaban, nesta quarta-feira (19), no Hotel Maksoud Plaza, em So Paulo, os representantes dos bancos no assumiram compromisso com a manuteno dos empregos da categoria.
Os bancrios reivindicam tambm o fim da rotatividade, o combate terceirizao, inclusive via correspondentes bancrios, e a criao de um grupo de trabalho para discutir a automao, entre outros pontos da pauta. Os representantes dos bancos, no entanto, alegaram que no podem dar garantia de emprego aos bancrios de todo o Pas.
Somente de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do Caged, o setor bancrio cortou 2.795 empregos. Esse nmero aumenta para 22 mil quando analisado o perodo de janeiro de 2012 a junho de 2015. No incio dos anos 1990, o Brasil tinha 732 mil bancrios. Em 2013, esse nmero caiu para 511 mil, segundo a Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS), do Ministrio do Trabalho e Emprego. No momento, 21 mil bancrios do HSBC, adquirido pelo Bradesco, ainda correm risco de demisso.
"A negociao hoje tratou de um tema essencial para os trabalhadores, mas o sistema financeiro no tem interesse em negociar a garantia no emprego. Os bancos insistem em dizer que demitem pouco, mas se utilizam dos correspondentes bancrios, que retiram o emprego da categoria e o transfere para outros lugares mais precarizados e com menores salrios. A rotatividade e terceirizao servem para eles aumentarem cada vez mais seus lucros", disse Roberto von der Osten, presidente da Confederao Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional.
"No momento em que o emprego uma preocupao geral, inclusive com o governo anunciando linhas de crditos mais baratas para empresas que no demitam, os bancos, com lucro crescendo 20% somente no semestre, no se comprometem em garantir o emprego dos trabalhadores", disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancrios de So Paulo, Osasco e Regio, uma das coordenadoras do Comando Nacional. "Cobramos mais responsabilidade social do setor, para contribuir com a gerao de empregos do Pas e eles podem fazer isso contratando mais e oferecendo taxas de juros mais baixas para o setor produtivo."
A Fenaban negou haver demisses no momento e seus dirigentes tambm se mostraram contrrios Conveno 158 da OIT (Organizao Internacional do Trabalho), que disciplina o trmino de contrato de trabalho pelo empregador e determina a necessidade de justificativas para a dispensa. "Isso nunca deu certo", alegou Magnus Ribas Apostlico, diretor de Relaes Trabalhistas da entidade patronal.
Roberto von der Osten argumentou que o trabalho um direito social fundamental do homem e tem por finalidade melhorar as condies de vida das pessoas, buscar a igualdade social e atribuir dignidade pessoa humana. Lembrou ainda que o artigo 6 da Constituio elenca como direitos sociais o direito ao trabalho, entre outros, como a educao, sade, moradia, lazer, segurana, previdncia social, proteo maternidade e infncia e assistncia aos desamparados.
"A Declarao Universal dos Direitos Humanos da ONU de 1948 e o Pacto Internacional sobre Direitos Econmicos, Sociais e Culturais de 1966 elevaram esses direitos sociais ao nvel de direitos humanos, com vigncia universal", ressaltou o presidente da Contraf-CUT.
Roberto observou ainda que uma consulta realizada junto aos bancrios e a conferncia nacional da categoria deixaram claro que o tema emprego muito importante nessa campanha. "E no momento o Congresso Nacional est debatendo a terceirizao indiscriminada, existe a possibilidade de ampliao dos correspondentes bancrios, a automao vem crescendo e um dos seis grandes bancos, o HSBC, foi vendido para um outro grande banco, o Bradesco", explicou Roberto.
CONTESTACO
Para Magnus Apostlico, o superintendente de Relaes do Trabalho da Fenaban, o sistema bancrio teria um quadro de trabalhadores estvel, se comparado ao de anos atrs.
O dirigente patronal acentuou que no haveria motivos para preocupao com demisses. As fuses entre bancos tambm no estariam causando demisses, na avaliao do diretor da Fenaban.
As respostas dos bancos repetem postura dos anos anteriores. Eles negam a reduo de postos de trabalho, dizem que mantm o nvel de emprego, amenizam os problemas da terceirizao e a rotatividade, contestam o descumprimento da jornada de trabalho e ainda insistem no descumprimento do acordo coletivo dos bancrios, que determina seis horas ao dia.
"Eles ainda deixaram bem claro na negociao que so a favor do projeto de terceirizao que tramita no Senado. Eles so a favor e ns somos radicalmente contra", lembrou o presidente da Contraf-CUT.
A entrega da pauta de reivindicaes dos bancrios ocorreu no dia 11 de agosto. A segunda rodada de negociaes acontecer nos dias 2 e 3 de setembro, com os temas sade e condies de trabalho.
Lucro- O lucro lquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econmica Federal, Bradesco, Ita-Unibanco e Santander), nos trs primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 16,3 bilhes, com crescimento de 21,8% em relao ao mesmo perodo do ano ado. Os principais itens do balano desses bancos comprovam o slido desempenho do setor. As receitas com prestao de servios e tarifas bancarias cresceram 12% atingindo o valor de R$ 27 bilhes. Neste primeiro semestre, os balanos j divulgados (Ita, Bradesco, Santander e BB) somaram R$ 29,8 bilhes, crescimento de 20% em relao a mesmo perodo do ano ado. Para os empregos, no entanto, curva descendente: 5.004 postos a menos em 2014 e 2.795 no primeiro semestre de 2015.
Reivindicaes-Entre os itens principais da pauta dos bancrios esto o ndice de 16% (reposio da inflao mais aumento real de 5,7%, acima da inflao), o piso salarial no valor de R$ R$ 3.299,66 e a PLR (trs salrios base mais parcela adicional fixa de mais R$ 7.246,82). E reivindicam ainda melhores condies de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.
Dados da Categoria- Os bancrios so uma das poucas categorias no pas que possui Conveno Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados tm legitimidade em todo o pas. So mais de 500 mil bancrios no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancrios de So Paulo, Osasco e Regio, o maior do pas. Nos ltimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.
Fonte: Contraf-CUT
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