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Dados do primeiro trimestre de 2014 revelam que, apesar dos lucros gigantescos, Bradesco, Santander e Ita seguem na balana da injustia ao realizar demisses de milhares de trabalhadores (Mariana Castro Alves)
Os trs maiores bancos privados do pas, Bradesco, Santander e Ita, inauguraram a temporada de divulgao de balanos das instituies financeiras deste ano com uma mostra de cifras perversas. Dados de janeiro a maro revelam que o lucro lquido dos trs bancos somou R$ 9,43 bilhes, representando crescimento de 18% em relao ao mesmo perodo de 2013. Enquanto isso, a eliminao de postos de trabalho feita conjuntamente pelos trs aumentou 46% no primeiro trimestre, em comparao com igual perodo do ano ado.
Cortes
Os gigantescos lucros contradizem o retorno em termos de emprego e atendimento populao. Somente de janeiro a maro, o Bradesco cortou 944 postos de trabalho, totalizando menos 3,25 mil empregos nos ltimos 12 meses. O Ita fechou 733 vagas, extinguindo 2,76 mil postos, em um ano. O Santander no ficou atrs: na nsia por lucros, acabou com 970 vagas, o que resultou na reduo de 4,83 mil empregos, nos ltimos 12 meses.
Injustia
Perto dos lucros, a renda total que vai para o trabalhador bancrio pouca. Basta ver que Bradesco, Ita e Santander arrecadaram R$ 13,97 bilhes s com receitas de prestao de servios e tarifas – que so secundrias para os ganhos das instituies bancrias – de janeiro a maro. Esse valor sozinho daria para cobrir, no trimestre, em mdia 157% de todas as despesas de pessoal, ou seja, mais do que todo o valor destinado aos trabalhadores, que so fundamentais para o funcionamento dos negcios.
Alm disso, nos ltimos 12 meses, as despesas com pessoal dos trs bancos cresceram 4,3%, um ndice bem abaixo dos reajustes conquistados pela categoria bancria em 2013.
Insatisfao
Como faltam funcionrios nas agncias, as condies de trabalho so afetadas por sobrecarga de servio e metas abusivas. Assim, a populao atingida.
Segundo pesquisa sobre a Amrica Latina, realizada pela consultoria EY, 43% dos brasileiros tiveram que procurar seu banco no ltimo ano para resolver algum problema, perdendo s para os chilenos. A insatisfao com as solues tambm est acima da mdia mundial, segundo levantamento.
“Pelo tamanho dos lucros e pelo nmero de postos de trabalho eliminados, com consequncias para os bancrios, cada vez mais adoentados por metas abusivas e assdio moral, estamos diante de uma situao absurda, que no pode ser aceita”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancrios e So Paulo, Juvandia Moreira.
“Os bancos esto na contramo da economia brasileira e tm de dar contribuio maior por meio da gerao de mais postos de trabalho e diminuindo as taxas cobradas da populao”, diz a dirigente, ao se referir aos aumentos dos nveis de emprego observados no pas em outros setores nos ltimos anos.
“Alm da reduo de juros para permitir a gerao de renda e emprego, reafirmamos a necessidade de se ratificar a Conveno 158 da Organizao Internacional do Trabalho, que inibe a demisso imotivada do trabalhador, uma importante bandeira do movimento sindical”, explica Juvandia. “A balana precisa pesar para o lado do trabalhador e vamos lutar para isso.” (Fonte:SEEB SP)
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