• 07 de maro de 2014, 14:32
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Bancrio com LER/Dort demitido trs vezes reintegrado no Santander a6c29

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(Gisele Coutinho)
Dois dias antes da data que marca mundialmente o combate s LER/Dort (Leses por Esforos Repetitivos e Distrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), 28 de fevereiro, um bancrio do Santander pode sentir pela terceira vez o gostinho da Justia. Demitido trs vezes, mesmo com LER/Dort, o trabalhador foi reintegrado s suas funes no banco no dia 26.

Em 23 de agosto de 2013, a 4 Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de So Paulo proibiu o Santander de rescindir o contrato de trabalho de bancrios com a doena ou com suspeita de LER/Dort. Assim, e com apoio do Sindicato dos Bancrios de So Paulo, o bancrio voltou ao trabalho.

"Fui aplaudido no dia que voltei, pois os colegas sabiam que o banco no poderia ter me dispensado mais uma vez. No acho que o Santander se importa com o sofrimento de quem tem LER, eles s querem metas cumpridas", desabafa o funcionrio, que bancrio h 27 anos.

A deciso do TRT-SP tambm obriga o banco a emitir a Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT) nesses casos e ainda a aceitar atestados e exames mdicos do SUS, de convnios ou de mdicos particulares.

" desrespeito com o trabalhador adoecido e o banco tem agido assim em outros casos. Estamos de olho para denunciar e tambm acionar a Justia novamente, se necessrio", ressalta o diretor do Sindicato, Roberto Paulino. Ele lembra que recentemente uma bancria com LER foi dispensada depois de nove anos trabalhando no Santander. "Vamos lutar para reintegrar trabalhadores que am por situaes de injustia", afirma.

Superao
O bancrio reintegrado em fevereiro precisou superar no s o desrespeito do banco diante das dispensas, mas tambm as dores da doena ocupacional. "Ainda vou precisar fazer cirurgia no ombro esquerdo e a qualquer momento o tendo pode romper. Fui digitador no banco durante 11 anos, foi quando adquiri as leses. Hoje ainda tenho muitas dores e formigamentos. Tenho insnia, tomei antidepressivos e calmantes, j diminui a dosagem, mas ainda tomo", relata.

Ele conta que est feliz por ter voltado ao trabalho. "Na primeira vez que voltei ao banco, aps ser demitido injustamente, com LER, me jogaram para trabalhar num cofre mexendo com arquivos. Fui conquistando meu lugar e mesmo com cargo de analista estava trabalhando como gestor antes da ltima demisso."

Na segunda dispensa, em janeiro de 2000, ficou afastado durante seis meses. "Briguei muito com o INSS para acatarem a CAT, o que consegui somente seis meses aps minha sada. Ento tive apoio do Sindicato e entrei com ao contra o banco solicitando a reintegrao. Dois anos e oito meses depois ganhei e fui reintegrado."

Alm das dores, ele tambm sofreu preconceito por estar lesionado. "As duas primeiras vezes que voltei sofri muita discriminao dos colegas de trabalho, no s de gestores. E profissionalmente ningum tem o que reclamar", ressalta.

Em 25 de novembro de 2013, o bancrio foi novamente desligado. Mas a ao do TRT-SP j valia desde agosto de 2013. "Fui comunicado no dia 18 de fevereiro sobre meu retorno por um representante dos Recursos Humanos, que me ligou e pediu desculpas por telefone ao perguntar se eu poderia retornar no dia 25", comemora o bancrio. (Fonte: SEEB SP)



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