2012 Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancrios de Erechim e Regio
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• Problemas relacionados ao sistema msculo-esqueltico (LER/DORT) • Problemas relacionados sade mental |
O adoecimento do sistema msculo-esqueltico uma das principais doenas dos bancrios. Pesquisas realizadas na categoria revelam que mais de 50% dos bancrios apresenta sintomas compatveis com LER/DORT. A incidncia muito alta, e, apesar de campanhas preventivas, o nmero de bancrios afetados no pra de aumentar. Alm disso, a LER/DORT merece uma ateno especial porque pode trazer incapacidade temporria ou permanente, alm de ocasionar transtornos psicolgicos decorrentes da doena, como a depresso.
Quadro clnico e sintomatologia:
Esto no grupo desta doena: tendinites, tenossinovites, epicondilites, sndromes compreensivas de nervos perifricos e bursites, podendo afetar os membros superior, ombros e a regio em torno do pescoo. Um indivduo pode ter mais de uma patologia. Os principais sintomas so dores, cansao, fadiga muscular, sensao de peso, queimao nos braos, ombros e pescoo. Os sintomas podem surgir dias, semanas, meses ou anos aps a exposio contnua ou freqente aos fatores desencadeantes.
Evoluo da doena:
Apresenta evoluo crnica. Se detectada no incio, de fcil manejo. No entando, na maior parte dos cadsos, as pessoas somente procuram ajuda quando a doena j est em fases mais avanadas. Nestes casos, a reverso do quadro mais difcil. Veja os graus de evoluo:
• Grau I: sensao de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontnea, em geral leve, s vezes em pontadas, sem irradiao ntida, de carter ocasional durante a jornada sem interferir na produtividade. Melhora com o repouso. No h sinais clnicos. Bom prognstico.
• Grau II: a dor mais persistente, mais localizada, mais intensa e aparece durante a jornada de modo intermitente. tolervel e permite o desempenho da atividade, mas com reduo da produtividade nos perodos mais intensos. Pode haver distrbios de sensibilidade e irradiao definida. A dor pode no melhorar com o repouso e a recuperao mais demorada. No h sinais clnicos. Prognstico favorvel.
• Grau III: a dor mais persistente, mais forte e tem irradiao mais definida. O repouso em geral s diminui a intensidade da dor. H distrbios sensitivos mais graves. H queda da produtividade ou impossibilidade de executar a funo. Os sinais clnicos esto presentes e o retorno atividade produtiva tende a ser problemtico. Prognstico reservado.
• Grau IV: a dor forte, connua, por vezes invel, podendo estender-se por todo o membro. H perda da fora e do controle dos movimentos. A capacidade de trabalho seriamente prejudicada, podendo haver incapacidade permanente. As atividades da vida diria so prejudicadas. Comumente ocorrem alteraes psicolgicas.
Os fatores de risco da LER/DORT so mltiplos, por isso considerada uma doena multifatorial. Alm de posturas inadequadas, fora e repetitividade de movimentos, mobilirios e equipamentos inadequados, os fatores associados ocorrncia da LER/DORT so aspectos da organizao do trabalho. Trabalhos montonos, tarefas repetitivas, ausncia de pausas, ritmo intenso de trabalho, falta de controle sobre oprocesso e ritmo de trabalho, presso por produtividade... estas so algumas das principais causas. Tambm contribuem sentimentos de insegurana, medo e ansiedade, emoes originadas no mesmo contexto de trabalho responsvel pela ocorrncia de LER/DORT.
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A LER/DORT resultado de um uso excessivo e/ou inadequado do sistema msculo-esqueltico, devido a exigncias e presses provenientes da organizao do trabalho. As pessoas colocam o seu corpo servio da tarefa; da que vem as posturas inadequadas. A LER/DOR o registro no corpo e a denncia de que ocorreu um uso excessivo, alm das possibilidades e dos limites individuais dos trabalhadores.
O qu fazer:
• 1 o: faa um auto-exame mental. A fase inicial de desconforto, peso, incmodo e fadiga, muitas vezes sem dor ou apenas com dor espordica, ignorada. Observe se durante ou depois da jornada diria aparecem os sintomas descritos.
• 2 o: procure um mdico. Nem sempre os exames laboratoriais confirma a doena. O mais indicado o laudo clnico com exame fsico detalhado e anamnese (incluindo toda a histria ocupacional).
• 3 o: o laudo mdico deve indicar o diagnstico, o tratamento, a relao da doena com o trabalho (nexo causal) e a necessidade ou no de afastamento. Cuidado quando o especialista tenta relacionar o problema com afazeres domsticos, ignorando a conexo com a atividade dentro do banco. Muitos empregadores tentam desclassificar a LER/DOR, com a cumplicidade de alguns mdicos.
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• 4 o: a percia deve ser agendada no INSS. O perito do INSS ter de reconhecer a incapacidade provocada por uma doena adquirida no trabalho. O perito poder:
1. negar a incapacidade. Neste caso o benefcio negado.
2. reconhecer a incapacidade sem caracterizar como acidente de trabalho: concedido apenas o Auxlio Doena Comum. 3. indicar o afastamento itindo o acidente (doena) de trabalho: o bancrio receber o Auxlio Doena por Acidente de Trabalho e uma nova percia ser marcada. 4. reconhecer o acidente de trabalho sem incapacidade: o benefcio negado. |
• 5 o: a carta de concesso dever trazer expresso o tipo de benefcio. A estabilidade no emprego de, no mnimo de 12 meses aps a alta, s garantida quando ficar expresso o Auxlio Doena por Acidente de Trabalho, cdigo B/91.
• 6 o: h vrios recursos istrativos e jurdicos para os casos de negativa do afastamento, descaracterizao do acidente/doena ou dvidas quanto percia. Busque apoio do Sindicato (veja a seo 3.5 desta cartilha).
• 7 o: pagamento de benefcio - os primeiros 15 dias de licena mdica so por conta da empresa. Depois, o bancrio afastado receber o benefcio (auxlio doena) do INSS. O INSS demora, em mdia, de 30 a 40 dias para fazer o primeiro pagamento depois da concluso pericial. O banco dever antecipar o salrio junto com a folha dos colegas com ressarcimento aps o recebimento do beneffcio previdencirio.
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8 o: tratamento: alm do acompanhamento mdico e da fisioterapia, busque apoio psicolgico e social. Os grupos de portadores de LER/DORT oferecem acolhida e e psicossocial: so tratados assuntos relativos s dificuldades decorrentes da doena (como o preconceito, o sentimento de incapacidade, a depresso) e atravs das trocas entre os membro do grupo se buscam solues e alternativas para os problemas.
Fique atento a estas datas:
Dia Internacional de Combate LERT/DORT: 29 de fevereiro
Dia Estadual de Combate LER/DORT: 28 de fevereiro
rgos pblicos, organizaes no governamentais e entidades sindicais costumam realizar mobilizaes e atividades de informao e divulgao da doena nos dias de combate LER/DORT.
Fluxograma de atendimento do trabalhador com LER/DORT
Trabalhador com dor nos membros superiores
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Importante:
Aps o afastamento, o retorno ao trabalho pode ser sem restries (neste caso a alta da percia mdica do INSS resultar no retorno gradual em sua funo original, com acompanhamento do Servio Mdico ou SESMT) ou com restries (neste caso, o CRP - Centro de Reabilitao Profissional - do INSS encaminharo empregado para readaptao em outra funo, com acompanhamento do setor de Recursos Humanos e agentes multiplicadores).
![]() A categoria dos bancrios tem apresentado uma alta incidncia de problemas relacionados sade mental, assumindo a frente na denncia dos impactos do trabalho sobre a vida psquica. Os efeitos psicolgicos podem variar desde quadros tpicos e facilmente identificveis, como o estresse ps-traumtico, at uma epresso fluida de sofrimento mental, mais difcil de ser detectada e caracterizada na sua relao (nexo) com o trabalho. |
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O que sade/sade mental
poder respeitar as necessidades, ritmos e desejos pessoais, em prol do bem-estar fsico, psicolgico e social. Sade implica ter liberdade de movimento, impica ter controle e poder de agir individual e coletivamente sobre os aspectos da organizao do trabalho prejudiciais sade, respeitando os limites de cada trabalhador.
Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho
(Reconhecidos pelo Ministrio da Previdncia atravs do decreto 3049/99, lista B)
Conhea algumas categorias diagnsticas relacionadas com o trabalho bancrio:
Alcoolismo crnico relacionado ao trabalho:
Pode iniciar com um uso abusivo de substncia e evolui para um estgio em que o indivduo no consegue mais controlar o desejo ou compulso de beber, mesmo quando este comportamento traz consequncias nocivas sua sade e relaes interpessoais (o processo semelhante para o abuso de outras drogas).
Episdio depressivo relacionado ao trabalho:
Pode ser leve, moderado ou grave. desencadeado ou agravado por circunstncias do trabalho. Fique de olho nos sintomas: tristeza presistente, choro fcil, alterao do apetite e do sono, culpa, sensao de fracasso, incapacidade de reao, falta e prazer, desespero.
Transtorno de estress ps-traumtico relacionado ao trabalho:
uma resposta a uma situao de estresse ameaadora ou catastrfica, como assaltos no trabalho, acidente de trabalho, ameaa integridade fsica ou ainda outra circunstncia ligada ao trabalho.
Sndrome de fadiga relacionada ao trabalho:
a presena de fadiga fscia e mental constante, a pessoa est sempre cansada. resultante da fadiga acumulada ao longo de meses ou anos em uma rotina de trabalho em que no h oportunidade de obter o descanso suficiente. comum haver insnia, falta de pacincia e desnimo.
Neurose profissional relacionada ao trabalho:
Os sintomas em geral so poucos especficos, como cansao, desinteresse, irritabilidade, alteraes do sono. Algumas situaes que atuam como fatores de risco: problemas relacionados com o emprego e desemprego, mudana de emprego, ameaa de perda de emprego, ritmo de trabalho penoso, desacordo co patro e colegas, condies de trabalho difceis, entre outras.
Sndrome de esgotamento profissional (burnout):
uma espcie de estresse crnico. A pessoa que antes tinha muito envolvimento com o seu trabalho, com os clientes, com os colegas, comea a se desgastar, esistir, perder a energia e o interesse pelo trabalho. Pode estar associado s reestruturaes no trabalho.
Outros problemas relacionados sade mental
Doenas Psicossomticas:
Assim como os riscos fsicos do trabalho podem comprometer a sade dos trabalhadores, as cargas psquicadas do trabalho (provenientes da organizao do trabalho) tambm podem afetar o corpo e a fisiologia humana.
Um ambiente de trabalho que repetitivamente, apresenta fatores estressores que geram sentimentos como o medo, a daiva, a dor e a tristeza, entre outros, podem gerar alteraes fisiolgicas, provocando doenas. As emoes so fenmenos que ocorrem ao mesmo tempo ao nvel do corpo e ao nvel psquico, se expressam atravs de modificaes das funes motoras, secretoras, e de irrigao dos rgos. |
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Um exemplo clssico: aumento da secreo cida do estmago desencadeada pela tensol. A ao persistente do cido sobre a mucosa detona uma gastrite ou lcera. Outras coenas que so causas de afastamento do trabalho frequente: hipertenso arterial, cefalia e enxaquecas.
Saiba um pouco mais sobre o Estresse:
Surge no desequilbrio entre o grau de exigncia e os recursos disponveis. resultado de um esforo de adaptao do organismo. Apresenta etapas evolutivas:
• Fase 1 - alerta. Auemnto da presso arterial, da freqncia cardaca e ansiedade. a fase de resposta imediata mediada pelo sistema nervoso.
• Fase 2 - resistncia. Alteraes hormonais, insnia, irritabilidade e diminuio da memria. Essa etapa pode ser mais persisstente no tempo e levar exausto.
• Fase 3 - exausto. Estafa dos mecanismos de adaptao, esgotamento dos recursos psquicos, emocionais e fsicos. Esta fase uma porta de entrada para doenas fsicas e mentais.
A relao entre o trabalho e as repercusses sobre a sade mental nem sempre facilmente estabelecida. Mas, Ateno! Comece a prestar ateno nos sinais do seu corpo, mente e comportamento. Eles podem ter sido originados ou agravados na situao de trabalho! Os fatores de estress psicossociais (aqueles relativos s relaes de trabalho, ambiente de trabalho, organizao do trabalho) so to importantes quanto a insalubridade, periculosidade e microorganismos para o desenvolvimento de doenas, tanto fsicas quanto mentais.
O qu fazer:
1 - Procure o sindicato
2 - Faa uma avaliao mdica. O mdico dever estabelecer a relao entre o diagnstico e o trabalho.
3 - De posse do laudo mdico e estabelecido o nexo causal, o banco dever ser informado para emitir a CAT.
4 - Agende uma percia no INSS. Caso o perito descarecterize a doena como acidente de trabalho, busque o sindicato.
Importante:
Comece a reconhecer quais so os estmulos estressores do seu ambiente de trabalho (lembre-se dos fatores das condies de trabalho e da organizao do trabalho). Identificando os fatores de risco, podemos ir luta para modificar o trabalho, tornando-o mais prazeroso, saudvel e criativo.
No o trabalho em si que perigoso para a sade mental, mas sim o contexto em que ele realizado: as condies de trabalho, a organizao do trabalho e as relaes sociais dentro da empresa. Veja a lista de algumas situaes relacionadas com problemas de sade/doena mental:
• Superviso ou vigilncia excessiva;
• Falta de apoio ou reconhecimento; • Insatisfao sobre o contedo do trabalho, que pouco qualificado, montono, sem criatividade ou muito compolexo e difcil de ser executado; • Falta de controle sobre o processo de trabalho com intensidade e durao arbitrariamente decididas; • Trabalho pouco importante ou de excessiva responsabilidade; • Sobrecarga de atividade, cobrana de produo e prazos, especialmente quando demandam esforos muito intensos ou impossveis de serem realizados; • Insegurana no emprego; • Remunerao insuficiente; • Relaes de interpessoais competitivas e/ou autoritrias; • Ambiente de trabalho inseguro, com rudo, m iluminao e climatizao e espao fsico e mobilirio inadequados; • Trabalhar sob tenso, com o medo de assaltos. |
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